o acidental filho do trala*

31 de dezembro de 2009

Em tempo de crise é que engordam os porcos

porco O ano que passou (enfim, toda a década que passou) foi mau para a democracia e para a saúde. Os moralistas apregoam que não podia (não deveria) ter sido assim, que, em tempo de crise, não se pode roubar o pobre, não se deve olhar os umbigos, não se pode amarrar o burro na seara alheia, não se deve usar de intrujice, de sacanice, de sandice, de patifaria, de canalhice, de infâmia, de pulhice, enfim, da mais hedionda falta de vergonha do acto político de que os mais fantasistas poderiam alguma vez ter suspeitado. Tudo isso se passou em Portugal, na década de zero e, sobretudo, na sua segunda metade.

Mas os moralistas estão enganados. É em épocas de crise que mais se acicata a ignomínia, que mais prolifera a vileza, que mais se ceva a baixeza dos homens…

(Pronto, já fui moralista quanto baste. Agora vou ver se sobrou alguma coisa do jantar dos ricos…)

(Imagem daqui)

6 de dezembro de 2009

Christmas carols…

christmas Natal de novo. Prendas.

Há que fazer uma lista de presentes para dar aos nossos chefes, aos nossos superiores hierárquicos, aos nossos avaliadores. Como a crise está brava e o dinheiro não serve todos os nossos propósitos, há que ser muito selectivo. Nada de dar prendas àqueles que não podem nunca fazer-nos nenhum mal…

Os amigos, os perenes amigos, os que realmente gostam de nós ficam sem prendas este Natal. Neles nada de perverso contra nós se pode engendrar. É esta a razão por que não gastaremos um cêntimo com eles desta vez…

Há, no entanto, um conjunto de pessoas de quem dependemos para continuar a respirar ou comer o nosso bacalhau com batatas na paz de Deus. Esses merecem, é claro, a nossa integral devoção.

(Se eu vou dar prendas ao meu melhor amigo? Claro que não. Desse nada de mau posso esperar… )

(Imagem daqui)