o acidental filho do trala*

29 de junho de 2010

Não resolvo crises, nem sequer as entendo…

crise Uma das poucas certezas que irremediavelmente possuo sobre a actual crise capitalista é a de que houve e há uma intenção em tudo isto. Ninguém conseguiria fazer tanto mal em um sistema, se isso se devesse apenas a circunstâncias de sorte ou azar. Terá, pois, certamente, havido um dedo (ou vários dedos) discando o número exacto que faria desmoronar as relações capital/trabalho de um jeito tão determinado e tão inconveniente para este último.

Se foi o capital que engendrou esta crise (condição de que parece não haver dúvidas), ele não a teria engendrado se ela lhe fosse manifestamente desfavorável, a menos que o capital seja de uma incompetência aflitiva, opção que também já há muito descartei.

Certamente me direis que tal crise também tem os seus side-effects desagradáveis para o capital. Admito isso perfeitamente. Por vezes é preciso provocar um vómito para que nos sintamos melhor depois.

E é assim que o capital vai passar a sentir-se em pouco tempo. Querem apostar?

Entretanto, já terão subjugado o trabalhador até à condição de quase escravatura.

(Imagem daqui)

13 de junho de 2010

Sem vuvuzela não dá, pá

vuvuzelas E foi então que o génio humano, num rasgo de… génio, é claro, inventou a vuvuzela. E eu que pensava que a humanidade já tinha descido tudo o que havia para descer. Enganei-me. A princípio julguei que a invenção fosse portuguesa. Não era. Mas podia muito bem ser. O português, quando fica apertado com qualquer coisa (uma crise, um azar, uma figadeira, um negócio falido, um jantar com a sogra, uma ida à escola para falar do puto, uma derrota no estádio), é capaz dos mais inusitados desarrincanços. A vuvuzela, tal como o Zé Cabra e tantos outros eficientes barulhogeradores da área do roque, parecia ser mais um sucesso estrondosamente imediato. E foi. O suficiente para se venderem alguns milhares que tiraram do aperto financeiro aquela família de esmerado bom gosto que resolveu comercializá-la entre nós.

Agora o outro lado, o lado dos jogadores e organizadores do evento desportivo mundial. Vejam lá, eles não gostaram da vuvuzela. Um bando de incultos, surdos que nem uma porta, sem um cêntimo de ouvido musical. Querem proibi-la. Dizem que impede a comunicação entre os jogadores no campo. Imaginem, um som tão mavioso…

E o golo? Que será do golo sem a vuvuzela? É como um filme sem banda sonora, que diacho… Como vou acordar quando a equipa das quinas marcar um golo? Não me importo de perder o desafio por causa do sono. Mas o golo (se algum houver) não queria perder. Isso não.

(Imagem daqui)