o acidental filho do trala*

11 de fevereiro de 2011

Diálogo inter-civilizacional

Velho - Tânger - Marrocos - Fevereiro 2001- أين هو الشيطان الحمام

- É mesmo ali ao lado, segunda porta à esquerda.

(Meia hora mais tarde)

- آه, وشكرا. بل إن à rasca.

- Ora, não tem de quê. Acontece a todos, e para isso é que servem as casas de banho…

- ما معنى الجبر لقد اكلوا  feijoada  على الغداء

portugues- A mim, o que me solta a tripa é caldeirada de cabrito.

- وهذا يتيح لي-لي بل هوو  arrotos  والغازات عام

- Lá está,  e a mim é ao contrário. O que me dá gases é a fruta. Qualquer tipo de fruta.

- تجاوز. لقد كان لقد patroa الانتظار

-Vá, vá, amigo, antes que ela se zangue…

(Imagens daqui e daqui)

rasmaparta se não é verdade…

apresentador

(…mais um post fútil e parvito…)

Há agora uns gabirus na televisão que nos apresentam praticamente tudo, desde programas populares a artesãos e salsicheiros e velhinhas que fazem toalhas, velas e queijadas.

Uma ocasião, numa quente e saborosa tarde de Verão, eu estava deitado na fina areia quando verifiquei que se formara, de repente, do lado do leste, um barulhoso ajuntamento, espécie de quermesse ou micarene ou baile de bombeiros, junto ao paredão. Tinham alcatifado um recinto e pousado em cima um presidente da câmara, três guarda-sois e dois vereadores, e havia miúdas a saracotear a coluna, e outras colunas pousadas no chão, de onde brotavam ganidos do cantor de charme que garganteava as cantigas de Agosto, e uma banda a suar soar, com as guitarras desligadas, que a luz está cara. E, claro, havia a providencial caterva daqueles apresentadores basto comunicantes, cursinhos tirados nas universidades comunicaciológicas, cultura colada às pressas, muito sorriso pepsodente, pouco bom senso e praticamente nenhum talento.

Vai daí aproximei-me, muito mais para ver as pernas das bailarinas (esta miopia galopante obriga-me a aproximar cada vez mais, e mais perigosamente, deus me valha, do objecto a tocar focar) do que o talento dos rapazolas tagarelas. Mas ai, um dos pepsodentes veio ter comigo e perguntou-me de onde eu vinha. Apanhado de surpresa, disse a primeira coisa que me veio aos beiços: Unhais da Serra. Aí ele respondeu muito bem, sim senhor, Unhais da Serra! E continuou o seu trabalho. E eu fiquei a pensar ufa que sorte que tive. Se tivesse dito outra coisa qualquer, talvez não tivesse acertado… mas Unhais da Serra valeu-me um ‘muito bem’ do locutor. Há tiradas de sorte… 

(imagem daqui)

7 de fevereiro de 2011

Todos os meus casos amorosos tiveram finais felizes, à excepção dos dois últimos, em que tive que casar…

6 de fevereiro de 2011

azia

Doutor, hoje cedo vi que me tinha nascido um filho. Devo ter comido alguém que me fez mal...

Amigo meu é defeituoso…

amigosGosto irremediavelmente dos amigos, mas não acredito que eles sejam a coisa melhor do mundo. Na verdade, a coisa melhor do mundo são as amigas. Mas gosto. Cumprimento-os, saúdo-os, escuto-lhes as manias, adiciono-os. Reconheço que é bom fazer amigos novos e dificílimo preservar os velhos. Nunca acreditei, no entanto, que os amigos servissem para alguma coisa. A maior parte não tem serventia. Muitos estão sistematicamente ocupados quando precisamos deles, mais ocupados que casa de banho de cervejaria, em dia de arraial. Outros, imaginem, não bebem. Para que serve um amigo que não pode beber vinho tinto? Para nos criar problemas de consciência quando se senta à nossa frente munido de uma água de luso, para acompanhar bacalhau à lagareiro? A vida enche-nos a mesa e o balcão de amigos improváveis. Um amigo assim tem que ter alguma virtude extraordinária para que possa valer a pena tê-lo. E o problema é que, geralmente, não tem. Está certo, ele tem um hálito de zéfiro e um fígado exemplar. E daí? Para que serve um amigo que chega a muito velho, se nós não chegamos? Um amigo tem que ser mais solidário, que diabo! Na alegria e na víscera…           (Imagem daqui)