Sempre que alguém escreveu panegíricos, arrependeu-se um dia. Músicos endereçaram odes triunfais a ditadores de esquerda e de direita e rasgaram as partituras. Grandes Poetas debitaram loas aos seus heróis e descreram de tudo na última página. Dramaturgos sublimes elevaram aos píncaros os seus heróis colectivos e nunca mais foram lidos.
A única literatura que perdura é a da mordacidade. O único texto decoroso e honesto corre contra a corrente. O único poema que nos arrebata é o do ressentimento cristalizado.
Tudo o mais fica aí a perpetuar a mediocridade de quem o fez, a limitação triste da triste humanidade…
(Imagem daqui)