E foi então que o génio humano, num rasgo de… génio, é claro, inventou a vuvuzela. E eu que pensava que a humanidade já tinha descido tudo o que havia para descer. Enganei-me. A princípio julguei que a invenção fosse portuguesa. Não era. Mas podia muito bem ser. O português, quando fica apertado com qualquer coisa (uma crise, um azar, uma figadeira, um negócio falido, um jantar com a sogra, uma ida à escola para falar do puto, uma derrota no estádio), é capaz dos mais inusitados desarrincanços. A vuvuzela, tal como o Zé Cabra e tantos outros eficientes barulhogeradores da área do roque, parecia ser mais um sucesso estrondosamente imediato. E foi. O suficiente para se venderem alguns milhares que tiraram do aperto financeiro aquela família de esmerado bom gosto que resolveu comercializá-la entre nós.
Agora o outro lado, o lado dos jogadores e organizadores do evento desportivo mundial. Vejam lá, eles não gostaram da vuvuzela. Um bando de incultos, surdos que nem uma porta, sem um cêntimo de ouvido musical. Querem proibi-la. Dizem que impede a comunicação entre os jogadores no campo. Imaginem, um som tão mavioso…
E o golo? Que será do golo sem a vuvuzela? É como um filme sem banda sonora, que diacho… Como vou acordar quando a equipa das quinas marcar um golo? Não me importo de perder o desafio por causa do sono. Mas o golo (se algum houver) não queria perder. Isso não.
(Imagem daqui)
2 comentários:
AS vuvuzelas, ou melhor dizendo, CORNETAS, são simplesmente de um som lastimável como se uma manada de elefantes furiosos tivesse subitamente aterrado. E nao ha adjectivo que elogie aquela função e aquele objecto...
abraço
Plenamente de acordo. Abraço.
O autor
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