Everything is purchasable: buy the way!
(Imagem daqui)
-“Eu fui um dos que me ri mais!” José Pedro Gomes, hoje no “Hotel Babilónia” Oh Zé, isso nem parece teu, miúdo. Tu és certamente o melhor actor da cena portuguesa. “Eu fui um dos que se riram mais”. Assim é que é, Zé. (Desculpa, mas o Ligeiríssimo é um serviço público e ainda não desistiu da questão das concordâncias.) (Imagem daqui) |
- Um tipo feio e pobre pode ter razão no que diz?
- Se tudo estiver no seu lugar, se tudo for normal e consuetudinário, se as idiossincrasias estiverem todas pacificadas e não houver revoluções, nem motins, nem cataclismos, nem escuridões imprevistas, nem inopinados gelos tropicais, nem reviravoltas repentinas, não.
E não adianta esconder-se, falar só na rádio ou escrever nos jornais por detrás de uma foto falsamente sedutora.
A consideração que se possa ter por alguém vem infalivelmente acompanhada da beleza física, seja lá o que ela possa ser e por que campos ela se espraie. Um tipo feio e pobre não tem direito à opinião, a uma hipótese de liderança ou a qualquer fatia de sucesso na sua malbaratada vida. As crianças fogem dele, as mulheres evitam-no discretamente e os homens usam-no como moço de recados, escravo contemporâneo ou bala de canhão. Ser feio e pobre em simultâneo é a treva!
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Juan Manuel Serrat Pueblo Blanco – no álbum Mediterráneo, de 1994 - Si yo pudiera unirme | (Imagem daqui) |
Não conheço nenhum rapazola da minha idade que não tenha ganhado um Cauny Prima quando fez o exame da quarta. (Tive até a impressão durante muito tempo de que todos os Caunys se destinavam a prendas para a canalha que fazia a quarta classe com distinção, já que nunca via esses relógios no pulso dos adultos). Eu, claro, também tive um. Corria o Natal de 1960 quando o desembrulhei tremente (eu e não o relógio) de dentro de uma caixa absolutamente mítica. Lembro-me que o passeei pelo café do Senhor Henrique, arregaçando a manga do casaquito de malha Sydney (também prenda de Natal), na esperança de que alguma grande paixão, que por ali jogasse à calha, se deslumbrasse com a cintilação do meu novo e fascinante pulso. Não aconteceu! Mas consolei-me com o sensato pensamento de que um relógio serve tão somente para mostrar as horas e não para as tornar voluptuosas e aprazíveis. (Pensei exactamente isto, embora as palavras só me viessem muito mais tarde…)
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(“… que eu nunca vi pátria assim pequena e com tantos peitos” - Carlos T.)
A mulher de seios desnudos que os republicanos escolheram para seu emblema representa o seu (deles) mais empolgante ideal, o seu mais apetecível conceito estético e também a sua mais profunda preocupação com a saúde em Portugal. Oferecendo ao povo a visão permanente de uma imagem tão patriótica quanto lasciva, os republicanos benfazejos estavam no fundo a escrever a mais apelativa receita médica contra o enfarto masculino. Viva a república, a ilustre mama lusitana e a saúde cardiovascular…
Ainda bem que amanhã vão instaurar uma república. Já estava farto da oligarquia!
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