o acidental filho do trala*

10 de outubro de 2010

What happened to my Cauny?

cauny

Não conheço nenhum rapazola da minha idade que não tenha ganhado um Cauny Prima quando fez o exame da quarta. (Tive até a impressão durante muito tempo de que todos os Caunys se destinavam a prendas para a canalha que fazia a quarta classe com distinção, já que nunca via esses relógios no pulso dos adultos).  Eu, claro, também tive um. Corria o Natal de 1960 quando o desembrulhei tremente (eu e não o relógio) de dentro de uma caixa absolutamente mítica. Lembro-me que o passeei pelo café do Senhor Henrique, arregaçando a manga do casaquito de malha Sydney (também prenda de Natal), na esperança de que alguma grande paixão, que por ali jogasse à calha, se deslumbrasse com a cintilação do meu novo e fascinante pulso. Não aconteceu! Mas consolei-me com o sensato pensamento de que um relógio serve tão somente para mostrar as horas e não para as tornar voluptuosas e aprazíveis. (Pensei exactamente isto, embora as palavras só me viessem muito mais tarde…)

(Imagem daqui)

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