Eu não sei o que está a acontecer aos meus amigos. Dizem-me que emigraram para uma espécie de país chamado Foice Buque que é na Internet, não sei se mais perto ou mais longe que Powerpoint. Estão todos bem, graças a deus, parece que trabalham numa quinta e não lhes falta o sustento. (Que isto já se sabe, quem trabalha numa quinta, mesmo que ganhe pouco, sempre arranca umas laranjas ou rouba uns morangos ou mata uma criação e lá vai vivendo).
Identifico-os pelas fotografias mas não os reconheço nas piadas. Dantes eram mais inteligentes e diziam mais coisas. Sentados à mesa recheada de minis, soltavam genialidades e arrotos. Enfim, eram amigos normais.
Agora não. O Zé anda sempre à procura de pregos para consertar a vedação, (que isto já se sabe, quintas grandes é assim, as vedações estão sempre a precisar de trato). O Pedro anda a prender ladrões (santo deus) e a comer rosquinhas, em vez de caldeiradas, bifanas e farturas, como dantes fazia. A Etelvina deu em comentadora de fotografias e de ligações (?), nos tempos livres que a quinta lhe permite. O Diogo, coitado, não diz coisa com coisa! Cola ditarolas de outras pessoas, quase sempre nos sítios obtusos e nos momentos errados. (A assincronia da Internet só pode ser conspiração do grande capital!).
Enfim, alguns estão a abrir negócios e há até um que fundou uma nova cidade e agora está a construir uma prisão, porque, enfim, parece que a Farmville e a Cityville não nos trazem nada de novo, além de mais um tópico de alienação primária…
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