o acidental filho do trala*

29 de abril de 2011

o ligeiríssimo foi ao casamento da princesa (2)

pai de kateNão sei por que meios ou por que carga de água, tive oportunidade de contactar com o senhor Middleton:

“Claro que of course estou happy. O rapaz the guy não é rico mas é normal straight, não sofre de ataques de homossexuality, e tem um bom emprego, é aviador. Isso de ser príncipe não me diz nothing… mas a minha filhota ficou tarada de todo quando soube que ele era o Prince… ela gosta muito da música dele… E depois ele tem cara de ser um banana, nerd you know,que é tudo o que uma mulher deseja e precisa para ser feliz… Agora desculpe, mas tenho que me ir atirar aos canapés…“

  (Imagem daqui)

o ligeiríssimo foi ao casamento da princesa (1)

kateA noiva Kate ia, de facto, linda, com um vestido cheio de dúvidas e de expectativas, um diadema de 1930 e, claro, o nariz do pai…

 

(Imagem pública)

13 de abril de 2011

Os meus amigos do Foice Buque

facebook1Eu não sei o que está a acontecer aos meus amigos. Dizem-me que emigraram para uma espécie de país chamado Foice Buque que é na Internet, não sei se mais perto ou mais longe que Powerpoint. Estão todos bem, graças a deus, parece que trabalham numa quinta e não lhes falta o sustento. (Que isto já se sabe, quem trabalha numa quinta, mesmo que ganhe pouco, sempre arranca umas laranjas ou rouba uns morangos ou mata uma criação e lá vai vivendo).

Identifico-os pelas fotografias mas não os reconheço nas piadas. Dantes eram mais inteligentes e diziam mais coisas. Sentados à mesa recheada de minis, soltavam genialidades e arrotos. Enfim, eram amigos normais.

Agora não. O Zé anda sempre à procura de pregos para consertar a vedação, (que isto já se sabe, quintas grandes é assim, as vedações estão sempre a precisar de trato). O Pedro anda a prender ladrões (santo deus) e a comer rosquinhas, em vez de caldeiradas, bifanas e farturas, como dantes fazia. A Etelvina deu em comentadora de fotografias e de ligações (?), nos tempos livres que a quinta lhe permite. O Diogo, coitado, não diz coisa com coisa! Cola ditarolas de outras pessoas, quase sempre nos sítios obtusos e nos momentos errados. (A assincronia da Internet só pode ser conspiração do grande capital!).

Enfim, alguns estão a abrir negócios e há até um que fundou uma nova cidade e agora está a construir uma prisão, porque, enfim, parece que a Farmville e a Cityville não nos trazem nada de novo, além de mais um tópico de alienação primária…

  Post 736                 (Imagenm daqui)

9 de abril de 2011

Do amor e outro olvidos (5)

abordagem A abordagem


Nunca ninguém viu um homem rico que fosse feio, nem um pobre que fosse belo. Um homem rico impõe logo a sua eventual feiura como beleza universal.

 

Achavas então que eu não voltaria ao assunto, meu caro Paulo! Vê-se que não me conheces suficientemente. Certamente imaginaste que o facto de as minhas abordagens anteriores se terem saldado por um certo fracasso, em termos de audiência, amoleceria o meu desejo de continuar. Como achas tu que eu consegui o que consegui (embora muito pouco, quando comparado com o primo João Luís, é claro)? Desistindo logo à primeira nega? Claro que não, companheiro.

Hoje, quero-te falar da abordagem. Sim, não, bom, não é propriamente essa dos piratas em alto mar. É a abordagem que se faz às mulheres, certo? Ora aí está. Mas é uma abordagem, quand même…

Na vida, caro Paulo, há dois tipos de homens: os ricos e bonitos e os feios e pobres. Raramente estes adjectivos fazem permutas entre si. Nunca ninguém viu um homem rico que fosse feio, nem um pobre que fosse belo. Um homem rico impõe logo a sua eventual feiura como beleza universal. Um homem pobre que seja, por hipótese remota, belo, estará a

criar um paradigma de fealdade sobre o que antes era um arquétipo de beleza, digamos, romântica.

Todo este arrazoado serve para te dizer que eu, um generoso espécime de homo feiissimus, suei demais para conquistar as poucas mulheres que me permitiram apaziguar a minha relação com o desejo. Paulo, eu não tenho certeza se tu és mais bonito do que eu era quando tinha a tua idade. Mas sei que somos ambos pobres. Na verdade, tu ainda estás pior que eu porque tu nem curso tens ainda e, mesmo que já o possuísses, isso não ia fazer grande diferença. Posso, portanto, partir do são princípio de que a minha situação de há 40 anos é, em quase tudo, semelhante à tua situação de hoje, descontando, obviamente, as transformações que o tempo operou na cabeça e no entendimento das mulheres, profundas, sem dúvida, mas não suficientes para criar abismos intransponíveis entre as do meu tempo e as que hoje se te apresentam pela frente. Ah, adormeceste! Continuamos noutro dia. Toma lá esta manta que, parecendo que não, este clima desorientado pode arrefecer de repente e…

  (Imagem daqui)

8 de abril de 2011

idiotas

Os nomes seguintes pertencem todos a pessoa que considero uns perfeitos idiotas:

1.* _________________________________________________________________

2.* _________________________________________________________________

3. *_________________________________________________________________

4.* _________________________________________________________________

5.* _________________________________________________________________

* A lista, obviamente, não está completa. Prometo completá-la logo que seja bafejado com o Euromilhões. Poderei, então, escrever todos os nomes que, por enquanto, entopem o meu esófago (por dificuldade em os engolir e medo de os vomitar).

Os primos e eu…

eleicoes-20081 Vêm aí mais eleições. (Agora é todos os anos). Fica aí essa penetrante análise, para vosso governo (?).

Passos Coelho é muito parecido comigo quando fui Coordenador de Departamento: mandava os meus bitaites todos os dias, mas quem mandava realmente era quem me tinha lá posto. E eu continuava a mandar bitaites, e todos éramos muito felizes só por imaginarmos todos que o éramos.

Sócrates é como o meu primo Valter: é vendedor de sanitas mas também faz fotografia artística e livros de autor com badana e tudo, capa rija e isenção de IVA.

Portas é como eu quando não sou Coordenador de Departamento nem tenho qualquer outro cargo: acho que tudo está mal e que todo o trabalho desses órgãos é absolutamente imprestável.

Jerónimo é um homem honesto, no sentido mais vacilante do termo. É tal e qual o meu primo Zé Tó. Motorista de uma locomotiva há muito parada, olha

pela janela a ver se algum transeunte lhe dá um empurrão. Mas se alguém lho der, ele salta fora da máquina mal ela pegue…

O Francisco é como o meu primo Basílio: açougueiro de profissão, bota faladura requintada sobre as carnes que vende, sem no entanto fazer ideia da sua verdadeira proveniência. Espreita a rua através das fitinhas coloridas da sua porta estreita e, se alguém entra é freguês, ainda que seja um vega que ali entre por engano.

O FMI não sei quem é, apesar de já me ter cruzado com ele uma ou duas vezes. Só sei que faz muito bem ao país e muito mal às pessoas que vivem dentro dele…

Mais coisa menos coisa, temos que escolher entre aqueles líderes, como se estivéssemos, de facto, a escolher entre mim e os meus primos Valter, Basílo e Tó Zé. A diferença não seria colossal. Provavelmente, nem perceptível.  

                                                                                                      (Imagem daqui

duas

“Eu sei que são duas, ora!”

(Imagem daqui)

4 de abril de 2011

ser rico dói?

ricoOs muito pobres que me desculpem, mas riqueza é fundamental.

Um grande poeta brasileiro começou assim um dos seus mais saborosos poemas. Todos sabemos que os muito ricos ficaram assim por uma das três razões seguintes: 1 herdaram; 2 roubaram; 3 tiveram sorte. Em alguns casos juntaram-se as três, numa conjura afortunada e deixaram a vítima em estado lastimável, sem possibilidade de se poderem livrar da riqueza. O doente contrai então uma espécie de riqueza crónica, incurável, persistente. Nem todos os ladrões do mundo, nem todas as amantes do seu bairro, nem todos os estados gananciosos, nem mesmo a GNR com as suas providenciais multas conseguem tirar-lha.

Ficam assim, inabalavelmente ricos, frustradamente ricos, embora a maioria não apresente sintomas muito desconfortáveis. A riqueza deste tipo produz apenas um pouco de sonolência e, por vezes, alguma burrice, também ela crónica. Os alardeados sintomas de tristeza suicidária ou frustração maníaco-depressiva, febre dos fenos e frieiras interdigitais de que se diz sofrerem os ricos não passam de mito ou superstição. É certo que são ocos e presunçosos e possuem um mau gosto de pasmar, mas isso não faz deles criaturas merecedoras da nossa compaixão…

Um acrescento: a doença parece não ser contagiosa. (Infelizmente).

      (Imagem daqui)