o acidental filho do trala*

8 de abril de 2011

Os primos e eu…

eleicoes-20081 Vêm aí mais eleições. (Agora é todos os anos). Fica aí essa penetrante análise, para vosso governo (?).

Passos Coelho é muito parecido comigo quando fui Coordenador de Departamento: mandava os meus bitaites todos os dias, mas quem mandava realmente era quem me tinha lá posto. E eu continuava a mandar bitaites, e todos éramos muito felizes só por imaginarmos todos que o éramos.

Sócrates é como o meu primo Valter: é vendedor de sanitas mas também faz fotografia artística e livros de autor com badana e tudo, capa rija e isenção de IVA.

Portas é como eu quando não sou Coordenador de Departamento nem tenho qualquer outro cargo: acho que tudo está mal e que todo o trabalho desses órgãos é absolutamente imprestável.

Jerónimo é um homem honesto, no sentido mais vacilante do termo. É tal e qual o meu primo Zé Tó. Motorista de uma locomotiva há muito parada, olha

pela janela a ver se algum transeunte lhe dá um empurrão. Mas se alguém lho der, ele salta fora da máquina mal ela pegue…

O Francisco é como o meu primo Basílio: açougueiro de profissão, bota faladura requintada sobre as carnes que vende, sem no entanto fazer ideia da sua verdadeira proveniência. Espreita a rua através das fitinhas coloridas da sua porta estreita e, se alguém entra é freguês, ainda que seja um vega que ali entre por engano.

O FMI não sei quem é, apesar de já me ter cruzado com ele uma ou duas vezes. Só sei que faz muito bem ao país e muito mal às pessoas que vivem dentro dele…

Mais coisa menos coisa, temos que escolher entre aqueles líderes, como se estivéssemos, de facto, a escolher entre mim e os meus primos Valter, Basílo e Tó Zé. A diferença não seria colossal. Provavelmente, nem perceptível.  

                                                                                                      (Imagem daqui

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